terça-feira, maio 24, 2005

Meu Amigo Totoro


Mundo bucólico no interior do Japão, aliás poderia ser em qualquer lugar. Crianças descobrem o mundo e enfrentam a realidade através do contato com o fantástico. Saltam aos olhos a miudez de seres que habitam as brumas do desconhecido, movem-se nas folhas mais altas da maior árvore do jardim o obscuro. A mãe no hospital, o pai que trabalha fora, a mudança de casa, de fase etária e a consequente descoberta do mundo, a velhice. Tudo isso aos olhos de duas crianças, a menor se atreve a enfrentar o medo e descobre o fabuloso como ponto de apoio, a mais velha já na escola ainda não perdera a inocência. A casa nova e a vizinhança é todo um mundo para se descobrir, o sótão, os vários cômodos, portas, gavetas, cada compartimento guarda um vínculo com o primevo; angústias, medos, sonhos, devaneios, esperanças. Num contato direto entre seres humanos e natureza a ternura se aguça e a fantasia preenche os espaços onde os sentidos não chegam e o medo afasta, Totoro é tudo isso. Um gigante peludo, senhor da natureza, produz os ventos da noite, faz crescer as árvores, e ajuda as crianças a atravessarem a fase de difícil que estão enfrentando.
Um filme suave em que o universo infantil é mostrado de maneira riquissíma, não subestimando a capacidade das crianças, e que não há nenhum tipo de conflito maniqueísta ou lições de moral simplistas, enfim, bem diferente dos demais filmes de animação feitos para o público infantil. Miyazaki a partir desse filme conseguiu se firmar como um dos expoentes da animação mundial, sempre com grandes audiências, principalmente por unir um enredo simples, mas bem armado, com um universo fantástico sem cair em clichês ou fórmulas para agradar o grande público.
Posted by Hello

quarta-feira, maio 18, 2005

A música do caminhão de gás me dá arrepios.

sábado, maio 07, 2005


Vinicius de Moraes e Baden Powell são dois nomes que não devemos falar em vão. Pais fundadores de uma raça cósmica que como projeto nasceu ali em meados do século XX. Latino-america em botão, o Brasil brilhando no infinito. Um álbum perdido nos anos 60 mostra a beleza desse projeto, Os afro-sambas de Baden e Vinicius, com participação do Quarteto em Cy. Fusão da beleza apolínea do violão de Baden, das letras de Vinícius, dos vocais das garotas do quarteto e da exaltação dionisíaca das festas afro-brasileiras. Trazendo de volta a percussão para a Bossa Nova reiventando a música brasileira esses afro-sambas abririam um novo leque de possibilidades para a cultura brasileira unindo o som já universal da Bossa Nova com a "africanidade" da cultura popular.
Saravá. Posted by Hello

terça-feira, maio 03, 2005



Já ouviram o Elomar tocando violão e cantando?

Suas músicas tem um quê de sons ibéricos, arábes e lamento sertanejo. A viola denota aspereza, mesmo quando tocada com suavidade, tirando daí sua beleza. Imagens de autos medievais, mitologia cristã e indígena, refêrencias ao mundo do sertão, historias e contos fabulosos ou trágicos num dialeto autoctone, suas músicas se situam em um universo próprio e, apesar de universal, é de difícil apreensão para um ouvido que aceita qualquer ruído como música. Elomar vive na sua fazenda lá no sertão, não precisa muito da "mudernage", tira da aridez de sua terra e do constante olhar ao infinito as inspirações para as suas belíssimas composições. Posted by Hello