Um pouco de política (só um pouco)
Nenhuma palavra conseguiria captar a exatidão do momento, nenhuma história seria capaz de desmentir o fato. A lágrima escorrida não limpa o chão. O sorriso irônico a que somos submetidos constrangiu mais pelo cinismo do que pela vergonha. Seria um grito, seria um riso só, festejo a noite toda, mas as veias estão abertas nesses tristes trópicos. Nos lembramos que fingimos não ver o óbvio, preferíamos, sonhávamos, só. A máscara caiu, uma leve desesperança nos atingiu mas por fim a alegria nos despertou. Alegria de inventar o novo.
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O caso é dançar na corda bamba - no jogo, bailar com as regras.
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A entrevista do MV Bill na revista Caros Amigos desse mês é uma prova de que no Brasil política não se resume às fofocas de bastidores que saem nos jornalões. Há várias formas de lutar, não vivemos o fim da história.
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Enquanto alguns sorrisos sardônicos aparecem na tela e o cinismo retórico subserviente cuja reflexão não alcança a profundidade de um pires de outros é laureado, muitos dançam nas ruas cirandas de tempos imemoriáveis.
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"Dançar é celebrar os deuses."