Ante-quase-nada
Quase sempre, ultimamente, chego ao limite. O ato de escrever me é quase uma obrigação porém fico no abismo que há entre a vontade e a ação. Me perco nesse limbo, assombrado pela angústia, partido em duas metades. Esse nada que me toma as mãos me conduz a um platô violento em que a luz é agressiva, não por ser forte, mas por ser irradiada da poeira que cobre meus pés. Escrever me é, então, impossível. Cego, tateio em vão o ar em busca de palavras, mas todas dilaceram ao contato. Fico nu, perdido entre um balbucio entrecortado por um espasmo e o silêncio.
Fica, portanto, essa ridícula tentativa de escrita sobre o não-escrever. Um paradoxo que me faz rir - é o que me sobra... Recolho os fragmentos de meus sonhos com uma pá e alimento a fogueira que queima na sala-de-estar.
2 Comments:
Hii.... alimente a fogueira, mas não esquente não: acontece nas melhores famílias!!
Bjos.
Olha, magnífico !
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