Nenhum gesto. Palavras secas como o dia. Sol quente, cidade grande, asfalto sujo. Nenhum olhar. Dois corpos lado a lado, fazendo juntos, um nada a fazer. Os olhos não se encontram, as bocas se tocam mecanicamente e o reclame na tv matando um de nós. Ao vivo. Segunda feira ou sexta, um sonho, quem sabe. Compraremos o nosso. Assim, adiado. Mecanizado no dia de semana, segunda ou sexta. Um tanto faz alegre, babaca mesmo. Uma tristeza leve, anestesiada, sem sentido. Tento, tento, dou um toque, digo. E nada. Como num sonho ruim quando se quer acordar, e nada. E nada. Temo assim esse tanto faz, uma rotina, esse tanto fez. Gostaria de mais, queria sempre mais. Por isso balbucio alguma palavra. Te toco, levanto os olhos, abaixo a cabeça, mordo os lábios. E nada. Eu quero tudo, ou nada. Esse mezzo, esse nada, não dá em nada. Nunca deu. Ou vida, ou morte, não me venha com essa de sem querer, tanto faz, quase, meio, morno, limbo, nada. Te chamo, vira pra mim. Me vira. Me morde. Me mate. Tanto faz. Não tanto faz, não. Te quero sempre, te quero tudo, te quero nada. Nunca quase. Sempre ou Nunca. Quase não. Isso é meio, metade, sem graça, morno. Te quero engraçada, te quero zangada. Te quero sorrindo, te quero brigando. Verão ou Inverno. Inferno ou Paraíso. Vem, me toca, me bate, me xinga, me beija. Sem essa de aliança, de banalidades, de qualquer um, tanto faz, quem sabe, talvez, meu dia foi assim. Mate seu dia, destrua o meu. Me tire daqui, atire me daqui. Atire(-se) em mim. Não me deixe assim. Grite. Me faça gritar. Balbucie não, tanto faz não. Por favor não. Por favor, não. Me olhe, me cegue, me mate... me faz viver... se lembra... se lembra? ME LEMBRA!
sexta-feira, abril 01, 2005
Nenhum gesto. Palavras secas como o dia. Sol quente, cidade grande, asfalto sujo. Nenhum olhar. Dois corpos lado a lado, fazendo juntos, um nada a fazer. Os olhos não se encontram, as bocas se tocam mecanicamente e o reclame na tv matando um de nós. Ao vivo. Segunda feira ou sexta, um sonho, quem sabe. Compraremos o nosso. Assim, adiado. Mecanizado no dia de semana, segunda ou sexta. Um tanto faz alegre, babaca mesmo. Uma tristeza leve, anestesiada, sem sentido. Tento, tento, dou um toque, digo. E nada. Como num sonho ruim quando se quer acordar, e nada. E nada. Temo assim esse tanto faz, uma rotina, esse tanto fez. Gostaria de mais, queria sempre mais. Por isso balbucio alguma palavra. Te toco, levanto os olhos, abaixo a cabeça, mordo os lábios. E nada. Eu quero tudo, ou nada. Esse mezzo, esse nada, não dá em nada. Nunca deu. Ou vida, ou morte, não me venha com essa de sem querer, tanto faz, quase, meio, morno, limbo, nada. Te chamo, vira pra mim. Me vira. Me morde. Me mate. Tanto faz. Não tanto faz, não. Te quero sempre, te quero tudo, te quero nada. Nunca quase. Sempre ou Nunca. Quase não. Isso é meio, metade, sem graça, morno. Te quero engraçada, te quero zangada. Te quero sorrindo, te quero brigando. Verão ou Inverno. Inferno ou Paraíso. Vem, me toca, me bate, me xinga, me beija. Sem essa de aliança, de banalidades, de qualquer um, tanto faz, quem sabe, talvez, meu dia foi assim. Mate seu dia, destrua o meu. Me tire daqui, atire me daqui. Atire(-se) em mim. Não me deixe assim. Grite. Me faça gritar. Balbucie não, tanto faz não. Por favor não. Por favor, não. Me olhe, me cegue, me mate... me faz viver... se lembra... se lembra? ME LEMBRA!
4 Comments:
Através do blogue de Barbara/Barcelona chegue aqui. Cheguei e gostei. Uma boa surpresa, fugindo ao lugar comum. Abraços. / Moacy, do Balaio Vermelho /
é isso, é tudo. a morte, os cavaleiros e outros brinquedos de montar. queimei meu braço. tenha um bom dia.
muitos pontos. quebra o ritmo. parece telegrama. ponto.
fica sem graça falar, porque é uma tradição gostosa, mas telegrama não é mais assim, ó. Só o internacional é tarifado por palavra. O nacional é preço fixo para uma página inteeeira de sinais de pontuação.
SAC/Correios Agradece.
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